quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Apresentação de oportunidade


Olá pessoal, apresento a todos uma das melhores referências violoncelísticas do estado de Alagoas, o cearense do Crato Zéh Rocha. Vivendo a mais de 20 anos em Maceió, Rocha tem feito uma carreira musical brilhante no cenário alagoano. É violoncelista da Orquestra de Câmara da Universidade Federal de Alagoas, onde também graduou-se em Licenciatura em Música. Entre suas brincadeiras favoritas estão em tocar Flauta Transversal, Piano e Sanfona; atua como arranjador musical no grupo Vivace in cordas, entre outros grupos do gênero.
É professor de Violoncelo no curso de extensão na faculdade CESMAC/AL. E é justamente sobre esse curso que venho divulgar... em 2011 o Zéh estará oferecendo um curso de Violoncelo no CESMAC/AL gratuito. Não percam a oportunidade. Zéh Rocha é meu amigo e colega de naipe na Orquestra da UFAL. Recomendo!

Frases do Zéh:

"O CELLO CANTA, ENCANTA E AINDA FAZ O BAIXO".

"OS FLUIDOS SONOROS DE UMA BELA MÚSICA ALIMENTA A ALMA E O ESPÍRITO. MÚSICA, DIVINA MÚSICA, MUITAS VEZES TÃO LINDA, TÃO FEMININA, COM TÃO BELAS FORMAS E NÃO PALPÁVEL, TEMOS QUE NOS CONTENTAR EM POSSUÍ LA NA SUA BELEZA DE FORMAS E FEMINILIDADE APENAS NA ARTE DE OUVIR"


Contato do Zéh Rocha: jrochateclado@hotmail.com

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Violoncelista Singular


Em agosto desse ano fui participar do Festival "Heart of Europe" na Alemanha representando o Brasil juntamente com um grupo coral, o Coretfal. Estávamos bastantes concentrados, focados no nosso trabalho e querendo nos superar para mostrar o melhor da nossa cultura para os "gringos". Nosso grupo sempre trocava mensagens de apoio entre os participantes, foi então quando recebemos um texto sobre a história verídica de um violoncelista, sei que alguns de vocês podem conhecer essa história, porém eu não poderia deixar de compartilhar, pois a achei tocante e justamente por ser especial não poderia ficar de fora do nosso Blog.

Leiam e se emocionem com a história do "Violoncelista de Saravejo".

SINGULARIDADE

"Vibramos com os feitos de nossos heróis, esquecendo que

também somos extraordinários para alguém." -

Helen Hayes.

É comum querermos ser exatamente como nossos heróis. Isso é bom se não nos fizer perder de vista a riqueza de experiências, talentos e bondade que se somam para fazer de cada um de nós uma pessoa única. Ao procurar comportamentos que dêem mais significado a nossas vidas, é importante não querer ser como os outros, mas descobrir quais são os nossos talentos especiais que podemos compartilhar com os outros.

Esse foi o caso de Vedran Smailovic, que se tornou conhecido como o violoncelista de Sarajevo. Dentro das seguras paredes de sua casa, Vedran podia sentir a devastação e os tormentos da guerra. Da janela, via pessoas vagueando desesperadas. Em tais condições, tinha todos os motivos para permanecer escondido dentro de casa. Mas, quando viu o apelo da vida, respondeu ao chamado corajosamente, exercendo o que fazia melhor.

O VIOLONCELISTA DE SARAJEVO

Por: Paul Sullivan

Como pianista, eu fora combinado a me apresentar com o violoncelista Eugen Friesen no Festival Internacional de Violoncelo em Manchester, na Inglaterra. A cada dois anos, os maiores violoncelistas do mundo e pessoas devotadas a esse despretensioso instrumento – fabricantes de arcos, colecionadores, historiadores – se encontram para uma semana de seminários, aulas magnas, congressos, recitais e festas. A cada noite, cerca de 600 participantes se reuniam para um concerto.

A apresentação da noite de abertura no Royal Northern College of Music consistia de composições criadas exclusivamente para violoncelo. No palco da magnífica sala de concertos havia apenas uma única cadeira. A atmosfera estava intensamente carregada de expectativa e concentração.

O mundialmente conhecido violoncelista Yo-Yo Ma iria se apresentar naquela noite de abril de 1994, e por trás da composição musical que ele iria tocar havia uma comovente história.

Em 27 de maio de 1942, numa Sarajevo devastada pela guerra, uma das poucas padarias que ainda tinham suprimento de farinha estava distribuindo pão para pessoas famintas e desabrigadas pela guerra. Às quatro da tarde, uma longa fila se estendia pela rua. De repente, um morteiro caiu no meio da fila, matando 22 pessoas e esparramando carne, sangue, ossos e pedras.

Não muito distante vivia um músico de 35 anos chamado Vedran Smailovic. Antes da guerra, ele tinha sido violoncelista na Ópera de Sarajevo e desenvolvera uma brilhante carreira para a qual ansiava retornar. Refugiado em seu apartamento, presenciou a carnificina e o massacre e, angustiado, resolveu doar o que tinha de melhor: seu talento para tocar música. Música pública, música ousada, música em um campo de batalha.

Nos 22 dias seguintes, Às quatro da tarde, Smailovic vestia seu fraque, pegava o violoncelo, deixava o apartamento e andava em meio ao bombardeio que ainda ocorria a seu redor. Após colocar uma cadeira de plástico ao lado da cratera que a bomba tinha aberto, ele tocava, em memória dos mortos, o Adágio de Albinoni em sol menor, uma das mais tristes e tocantes peças do repertório clássico. Tocava para as ruas desertas, para os veículos destruídos, para os prédios em chamas e para as aterrorizadas pessoas que se escondiam nos porões enquanto bombas caíam e balas sibilavam. Com paredes desmoronando em volta dele, fazia a sua inimaginável e corajosa defesa da dignidade humana, das pessoas perdidas na guerra, da civilização, da compaixão e da paz. Embora as bombas continuassem a cair, ele nunca se feriu.

Quando os jornais publicaram a história desse homem extraordinário, um compositor inglês, David Wilde, ficou tão comovido que também decidiu escrever uma composição para ser tocada exclusivamente por violoncelos. Em O violoncelista de Sarajevo, colocou seus sentimentos de amor e fraternidade por Vedran Smailovic.

Era O violoncelista de Sarajevo que Yo-Yo Ma iria tocar aquela noite. Ma entrou no palco, curvou-se para a platéia, sentou-se na cadeira e começou a tocar. A música invadiu a sala silenciosa e se espalhou, criando um universo sombrio, deserto e tocante. Lentamente, avançou para um agonizante, agudo e lancinante furor que envolveu a todos, antes de esmorecer finalmente em um estertor mortal surda para, finalmente, silenciar.

Depois de terminar, MA permaneceu curvado sobre seu violoncelo, o arco apoiado nas cordas. Ninguém se mexeu ou fez qualquer ruído na sala por um longo tempo. Era como se tivéssemos acabado de reviver aquele horrível massacre.

Finalmente, Ma olhou para a platéia e estendeu a mão, chamando uma pessoa para ir ao palco. Um indescritível choque elétrico nos atingiu quando percebemos quem era: Vedran Smailovic, o violoncelista de Sarajevo!

Smailovic levantou-se de sua cadeira e caminhou pelo corredor enquanto Ma descia do palco para recebê-lo. Quando os dois se abraçaram calorosamente, a platéia estourou em um desordenado delírio emocional – batendo palmas, gritando e ovacionando.

Em meio a tudo isso, aqueles dois homens se abraçavam e choravam sem qualquer vergonha. Yo-Yo Ma, um delicado e elegante príncipe da música clássica, impecável na aparência e no desempenho, e Vedran Smailovic, vestindo um manchado casaco de couro. Seu cabelo longo e rebelde e o enorme bigode emolduravam um rosto envelhecido encharcado de lágrimas e enrugado de dor.

Nós na platéia nos sentimos despidos de qualquer artifício, reduzidos à nossa mais total e profunda humanidade, ao encontrar esse homem que com seu violoncelo desafiou bombas, morte e ruína.

De volta ao Maine, uma semana depois, sentei-me uma noite ao piano para tocar para os idosos de um asilo local. Não pude deixar de comparar esse concerto com o esplendor que tinha testemunhado no festival. E então me vi surpreendido pelas profundas semelhanças. Com sua música, o violoncelista de Sarajevo tinha desafiado a morte e o desespero e celebrado o amor e a vida. E ali estávamos nós, um coro de vozes dissonantes acompanhadas por um piano velho fazendo a mesma coisa. Não havia bombas nem balas, mas havia dor real – perda de visão, uma solidão esmagadora, todas as cicatrizes acumuladas durante a vida – e apenas recordações felizes para confortá-los. Mesmo assim, cantávamos e aplaudíamos.

Foi então que percebi que a música é um presente que pode ser igualmente compartilhado. Seja ela criada por nós ou simplesmente ouvida, é uma dádiva que tem o dom de nos confortar, inspirar e unir quando mais precisamos – e menos esperamos – dela.

O mundo atual está coberto por campos de batalha – alguns reais, outros sociais, emocionais ou espirituais. Certamente, todos conhecemos pessoas que passam por sofrimento ou desespero com a perda de seus bens, com doenças ou solidão. Quando Vedran Smailovic presenciou a necessidade extrema dos que se encontravam ao lado de fora de sua janela, ele deixou a segurança de sua casa e resolveu doar o que tinha de melhor. Para ele, isso significava tocar música. Todos nós temos coisas que fazemos melhor, que são nosso maior talento, por mais insignificantes que possam parecer. Algumas pessoas têm mais capacidade para ouvir; outras, para entreter ou espelhar alegria; outras, ainda para aconselhar. Sejam quais forem os nossos talentos ou especialidade, nossas vidas sempre se enriquecerão de significado quando compartilharmos o que temos de melhor – nossas singularidades – com os outros.

*Fotografia acima de Vedran Smailovic tocando no prédio destruído da Biblioteca Nacional de Saravejo em 1992. By Mikhail Evstafiev.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Antônio Meneses, O cara!

Olá pessoal, o Violoncelos de Maceió tem o prazer em comentar sobre a participação do melhor violoncelista do mundo no momento nessa noite dia 26 de Outubro de 2010 no Programa do Jô da Rede Globo, o nosso querido e admirado violoncelista pernambucano, Antônio Meneses. Tocou com sua mais nova aquisição, um Violoncelo de um Luthier alemão, algumas peças de Bach, Haydn, Beethoven, Villa-Lobos, entre outros.

Leia, também, uma publicação da revista Veja sobre o músico brasileiro.

"O violoncelista pernambucano Antonio Meneses, de 44 anos, é um fenômeno da música clássica mundial. Trata-se de um dos dois brasileiros que pertencem de fato ao primeiro time do gênero – o outro é o pianista mineiro Nelson Freire. Meneses faz oitenta apresentações anuais, seja como solista de orquestra (a convite de regentes consagrados como Claudio Abbado e sir Simon Rattle), seja como integrante do conjunto de câmara Beaux Arts Trio. Embora viva há mais de vinte anos no exterior, entre os Estados Unidos e países da Europa, tem voltado ao Brasil com freqüência para se apresentar. Na semana passada, tocou peças de Richard Strauss e Camargo Guarnieri para o público paulistano, ao lado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. No início de maio, será a vez de os cariocas conferirem seu dueto com a pianista baiana Cristina Ortiz. Pelo respeito de que desfruta, Meneses poderia facilmente assumir ares de prima-dona. Nada mais distante de seu estilo, contudo. Ao lado do talento musical, a discrição é por certo o seu traço mais evidente.

Antonio Milena
Meneses: seu patrimônio é composto de dois violoncelos. Juntos, eles valem 1,3 milhão de dólares


Ao contrário da maioria dos músicos eruditos, Meneses não alardeia seu talento e não freqüenta festas badaladas. Outro indício dessa discrição é o modo como ele fala sobre sua parceria com Cristina Ortiz. Nos anos 80, eles tocaram juntos com grande freqüência. A química era tão intensa ("Um sabia quando o outro ia respirar", lembra Cristina) que não demoraram a surgir boatos sobre um namoro. O dueto teve de se desfazer em 1988, por pressão da mulher de Meneses, a pianista filipina Cecile Licad. Ao assistir pela primeira vez a uma apresentação dos dois, Cecile enfureceu-se ao verificar que a harmonia entre eles, como já diziam as más-línguas, de fato transcendia o ambiente das salas de concerto. Até hoje, Meneses nega veementemente que tenha havido um caso entre ele e sua parceira. Cristina Ortiz é menos peremptória. "A separação me machucou e doeu por muito tempo", diz ela. Em meados dos anos 90, Meneses e Cecile Licad decidiram divorciar-se. Eles têm um filho, Otavio, cujo nome foi tirado de um personagem da ópera Don Giovanni, de Mozart. O divórcio abriu caminho para que a parceria com Cristina Ortiz se reconstituísse. "Ele me ligou, dizendo que havia perdido tempo demais e queria voltar. No que eu respondi: 'Depende. Se você estiver casado com outra pianista oriental, estou fora' ", brinca Cristina."

Fonte: http://veja.abril.com.br/170402/p_122.html

Acesse o site oficial do violoncelista: http://www.antoniomeneses.com

Bom acesso para você! Uma boa dica é adquirir sua discografia.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Vendo e sendo visto


A blogueira, violoncelista e educadora musical Monica Lima do Rio Grande do Sul postou em seu blog sobre a importância do cuidado a saúde que um músico deve ter, relatou ter participado de uma palestra organizada pelo Departamento de Música da UFRGS, onde o professor Djalma Marques utilizou as dicas para saúde dos músicos postado pelo Violoncelos de Maceió.
Nos sentimos honrados em poder contribuir de alguma forma com a saúde dos músicos, então à música, e feliz em saber que nossas ideias ressoam significativamente de Brasil a dentro.

Visitem o blog da Monica Lima: www.monicacello.blogspot.com

Saudações e boa leitura!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Partituras e Métodos

Professor Felipe Brandão, não consigo encontrar material para meus estudos na internet... tens alguma indicação?
Sim, claro! Sei do grande impasse quando começamos a estudar Violoncelo na cidade de Maceió, região nordeste do país, longe das grandes metrópoles, onde as casas mais importantes de vendas de instrumentos musicais e de partituras não estão localizadas, e conseguir material para estudo é bastante difícil; sem contar, a demora que é ao comprar por internet, do frete que às vezes fica quase o mesmo preço do produto, enfim, são vários os empecilhos para ter um bom desempenho ou mesmo uma continuidade nos estudos violoncelísticos.
Para facilitar um pouco a vida dos violoncelistas de Maceió, e de outras cidades que podem ter o mesmo problema, o Blog Violoncelos de Maceió estará agora divulgando pelo menos os dois sites que mais têm material disponível para estudos.
Aproveitem e bons estudos diários!

www.imslp.org

No site do IMSLP.ORG você encontrará um vasto acervo, se não for toda a literatura musical, procure as partituras completas e partes para Cello de todos, eu disse todos os compositores da história da música. Vai lá e aproveita!

www.violoncello.com.ar

No site argentino para Violoncelo você encontrará uma boa parte de partituras para solista e para Cello em grupo (algumas partituras estão pela metade), como também, e o que eu acho ser o melhor desse site, grande parte dos métodos mais usados para técnicas violoncelísticas e dicas de workshops, vendas e concertos. Bons estudos!

Dediquem-se! Um bom estudo diário faz toda a diferença.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Técnicas de Arco

Existe algumas escolas sobre arcadas, a escola francesa, alemã e americana são as mais conhecidas. Cada cultura prima e defende sua técnica, por exemplo, se você for usar a técnica alemã na França os professores franceses pedirão para corrigir a pegada para o modelo deles e assim cada um defenderá sua técnica em seus respectivos países.

Nós aqui no Brasil, temos o previlégio de poder seguir a técnica de arcada que preferimos, ou melhor, de acordo com a nacionalidade da peça podemos utilizar a técnica referente, ou seja, somos livres para escolher a técnica que quisermos alemã, francesa ou americana sem nos ser repreendidos à "técnica correta".
Especificidades sobre cada técnica:
A técnica alemã objetiva sons mais robustos, fortes e pesados. Separa-se somente o dedo indicador para promover a pronação, deixando juntos os dedos médio, anular e mindinho; essa forma de agarrar o arco permite os tipos de sons desejados da técnica específica. O movimento do punho geralmente é mais acentuado para garantir uma posição horizontal perfeita do arco.

A técnica francesa objetiva sons mais leves, pianos e fluentes. Separa-se os dedos indicador e mindinho, cada um em seu extremo, o indicador para movimento de pronação (arco ascendente) e o mindinho para movimento de supinação (arco descendente). A movimentação do punho é delicado, não exagerado em sua angulação.

A técnica americana tem bastante influência das técnicas alemã e francesa, quase sendo um misto entre as duas. Os dedos tendem a ficar todos levemente separados e a movimentação do punho segue identica a francesa, ou seja, sem exageros nos dobramentos.
OBS.: O dedo polegar em todas as culturas de técnicas citadas sempre deve estar apoiado na ponta da primeira falangue, nunca na chapa do dedo, respentando o curso do tendão. Assim, você Celista, não cançará tão fácil e manterá uma vida saudável dos seus dedos longa e musical.
Os golpes de arco mais utilizados são:
  • Détaché
  • Martelé
  • Portato
  • Spiccato
  • Sautillé
  • Ricochet
  • Staccato Martelé
  • Staccato Spiccato
  • Sataccato Volante Arcadas

PROCURE UM PROFESSOR DE VIOLONCELO NA SUA CIDADE!

domingo, 13 de junho de 2010

As lesões nos músicos

Professor Felipe Brandão, tenho sentido algumas dores nos músculos de tanto estudar, como faço pra resolver meu problema?
- Um músico virtuoso consegue produzir pelo menos 20 a 30 notas por segundos, exigindo bastante de sua musculatura das mãos. Relacionando ao movimento dos dedos do músico, um atleta em sua alta performance usa a velocidade dos músculos das pernas no freestyle (corrida de cem metros) na mesma proporção de desgaste.
Com tudo, os atletas são acompanhados por fisioterapeutas e médicos, enquanto a maioria dos músicos, geralmente, treinam sozinhos e sem acompanhamento de especialistas musculares, o que causa muitas lesões nos braços e mãos desnecessárias. Uma síndrome bastante mensionada hoje em dia é a LER (Lesão por Esforço Repetitivo), muitos músicos apresentam esse tipo de lesão por não procurar ajuda em tempo, reduzindo sua vida musical em pelo menos 30%, que é uma pena, pois muitos grandes instrumentistas param por não ter se cuidado.
Uma pesquisa realizada na Argentina pela The Nacion (Notícias de Ciências e Saúde) estimou que pelo menos 70% dos músicos apresentam algum tipo de lesão nas mãos ou nos braços em um dado momento na vida, a maioria são crônicos e são causados por "overuse" (uso sem respeito dos momentos de descanço).
53% de 450 músicos pesquisados de Buenos Aires apresentaram traumas nos músculos, tendões e articulações; se houver alguma pesquisa parecida aqui no Brasil, acredito que os dados não sejam tão diferentes, portanto, caros colegas, cuidem-se!
Vejam os músculos das mãos para ter mais noção das suas engrenagens:


Agora algumas dicas para vocês músicos se cuidarem mais:

1. Não aumente significativamente o tempo de ensaio, estude com pausas a cada 20 minutos de estudo;
2. Deixe as passagens e partes mais difíceis das peças para a metade do dia, pois os músculos estarão mais preparados, nem frios, nem cansados do dia todo;
3. Começe com uma velocidade lenta e depois aumente gradativamente;
4. Estudar passagens difíceis por vários caminhos, procure outras posições no seu Violoncelo;
5. Mantenha uma boa postura durante o estudo, e a cada descanço procure se alongar;
6. Trabalhe em ótimas condições ambientais: boa iluminação, isolamento sonoro e temperatura agradável;
7. Respeite as horas de sono e refeições;
8. Faça sempre atividades físicas, evitar esportes de contato;
9. Nunca toque com a dor, no caso, faça alongamento suave no local, se ela reaparecer procure ajuda profissional urgentemente;
10. Os alongamentos devem ser realizados antes e depois dos estudos das peças. O objetivo dos alongamentos é melhorar o desempenho, reduzir o estresse e coordenar os movimentos prevendo o aparecimento das lesões.

domingo, 6 de junho de 2010

A Ponte e seus ajustes

Como ajusto a Ponte do meu Violoncelo, Professor Felipe Brandão?
- A Ponte é uma peça fundamental para o Violoncelo. Primeiramente devemos saber que uma Ponte tem medidas próprias para cada instrumento, depende de algumas variantes que iremos saber agora aqui no Violoncelos de Maceió.
Como não há medidas fixas para essa peça iremos colocar alguns fundamentos e números em relação à média. O único parâmetro a ser considerado na preparação da Ponte é o som (qualidade e potência).
  • Violoncelo com tons mais estridentes: Pode ser compensado ou melhorado com uma Ponte de espessura mais grossa que as medidas normais, geralmente são instrumentos que vêm com a caixa pesada e o som bastante agudo e metálico.
  • Violoncelo com tons mais abafados: Você pode lixar a Ponte para que fique com espessura mais fina, com isso, conseguindo melhorar o som de seu Cello.

OBS.: Sempre observe o quanto for lixando: a altura das cordas e som desejado. Cuidado para não utrapassar os limites e as cordas ficarem baixas demais. Use lixa para paredes.

Abaixo algumas medidas básicas (ver imagem):
*Numeração em centímetros.

Na ponta da Ponte no lado da corda Lá (3 cm), no lado da corda Dó (3,5 cm).

Observe a localização de onde deve ficar o pé da Ponte:

Posicione a Ponte na parte central entre os "Fs".

Observe que a quina traseira deve estar alinhada com a trinca interior dos "Fs".*bridge foot = pé da Ponte
*soundpost = Alma (aste de madeiras que fica na parte interior que liga o tampo ao fundo da caixa de ressonância).

Em caso de dúvidas procure um Luthier mais próximo!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Obras significativas

Com Orquestra:

  • 5ª Sinfonia - 2º Movimento - Ludwig van Beethoven

  • Concerto para Piano e Orquestra No. 2 - 3º Movimento - Johannes Brahms

  • Dom Quixote - Richard Strauss

Como Solista:


  • Seis Suítes e Três Sonatas para Violoncelo - Johann Sebastian Bach

  • Concerto tríplo para Violino, Violoncelo e Piano - Ludwig van Beethoven

  • Doze Concertos - Luigi Boccherini

  • Concerto para Violoncelo e Orquestra - Robert Schumman

  • Três Suítes para Violoncelo Solo - Max Reger

  • Concerto para Violoncelo em Mi menor Op.85 - Edward Elgar

*Foto ilustrativa do violoncelista russo Mstislav Leopoldovitch Rostropovich, eleito o melhor celista do séc. XX tocando em seu Stradivarius.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dicas para seu Violoncelo

Meu Violoncelo não soa direito e não tem tantos harmônicos quanto gostaria. Professor Felipe Brandão, o que eu faço?

- Ao transportar seu instrumento procure tomar bastante cuidado para não esbarrá-lo por aí, pois pode deslocar a Alma, com isso, alterando sua sonoridade.

- Verifique o Cavalete móvel, pode ser que ele esteja mal posicionado, sem angulação com o Estandarte, as cordas quando estão sendo esticadas pode tirar o ângulo do Cavalete alterando a sonoridade do Violoncelo.

- O Encordoamento também influi diretamente na sonoridade, se for um encordoamento antigo talvéz esteja na hora de trocá-lo.

- O Cavalete pode está deixando a distância das cordas em relação ao Espelho alta demais, você pode lixar um pouco seu cavalete para diminuir essa distância que influi na sonoridade do seu instrumento, vale lembrar que a espessura do cavalete incute sobre o som do Violoncelo, quanto mais fina essa espessura maior intensidade no instrumento.

- O mais importante influenciador da sonoridade do Violoncelo é o Arco, seu instrumento pode está todo alinhado, mas se seu arco não o estiver alinhado, com a Crina bem ajustada, com a medida certa de Breu ou ter uma boa curvatura não produzirá um som agradável.

- Porém, você pode ter um belo instrumento com o arco correto e todo ajustado, mas se não estudar, meu amigo, o Violoncelo não fará milagre tocando sozinho.

O Violoncelo

O professor Felipe Brandão fala um pouco sobre a história do Violoncelo:
Diferente do que se pensa, o Violoncelo não evoluiu da Viola da Gamba, mas sim da ideia de construir instrumentos em família, a Viola da Gamba é oriundo da família das Violas, Gamba significa pernas, portanto, Viola tocada apoiada com as pernas.
O Violoncelo é um instrumento de corda vindo da família dos Violinos, sua afinação são em quintas paralelas ficando: 1ª corda em Lá, 2ª corda em Ré, 3ª corda em Sol e 4ª corda em Dó.
Somente no final do séc. XVII que passou-se a ser conhecido por Violoncelo, antes era conhecido por Bass Violin ou Violoncino.
A característica padrão do Cello foi estabelecida pelo Luthier Stradivarius em 1680 na Itália, o instrumento passou a ser considerado solista após as composições do virtuose italiano Boccherini.
Antigamente, as cordas eram feitas com tripas de porco, mais tarde sendo envolvida com metal para atingir maior sonoridade nos graves e nos agudos. As grandes orquestras possuem entre 6 e 8 instrumentistas no naipe dos Cellos, dependendo do período histórico, por exemplo, as orquestras românticas são maiores que as clássicas. Sua utilização geralmente são para músicas eruditas, porém hoje em dia tem sido explorado cada vez mais na música popular, em Quartetos de cordas, geralmente, faz a voz Tenor, ficando Violinos fazendo Soprano, Viola fazendo Contralto e Contrabaixo fazendo o Baixo; a sonoridade do Violoncelo é bastante expressiva e por isso é considerado o "Rei" dos instrumentos de corda.